Obesidade infantil: Causas e consequências

Suelen Raquel Dagostin – Pediatra

Suelen Raquel Dagostin – Pediatra

14/03/2022 - 10h59

A obesidade é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o estoque excessivo de gordura corporal, claramente associado a riscos à saúde. Nas últimas décadas, os dados a nível mundial sobre a obesidade impressionam: o número de indivíduos com excesso de peso passou de 857 milhões em 1980 para 2,1 bilhão em 2013. Acredita-se que este aumento na prevalência da obesidade seja refletido por modificações na rotina das famílias, especialmente o aumento do consumo de alimentos ricos em gordura (lanches em geral) e maior tempo de uso das telas (televisão, computador, celulares). Aliás, a causa da obesidade tem etiologia multifatorial, ou seja, há mais de um fator envolvido: de fatores genéticos a comportamentais, como hábitos de vida, alimentação e sedentarismo.

A OMS classifica a obesidade como a maior epidemia de saúde pública mundial, com elevação de sua prevalência tanto em países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento estando associada às doenças crônicas não transmissíveis que vêm afetando mais precocemente crianças e adolescentes. Dentre os problemas associados à obesidade, podemos destacar a apneia obstrutiva do sono, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial, diabetes, alterações no colesterol e triglicerídeos, além do aumento do risco cardiovascular, com eventos graves na vida adulta, como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Existem também, fortes evidências que relacionam a obesidade com a presença de inflamação, causando um impacto negativo na resposta imunológica das crianças. É importante lembrar que estas complicações podem surgir ainda na infância, trazendo prejuízos para a imunidade, autoestima, convívio social e desempenho escolar.

O diagnóstico da obesidade é realizado através da avaliação do paciente, com entrevista sobre os hábitos e dieta, além do exame físico com medidas antropométricas (peso, altura, IMC e circunferência abdominal). Geralmente indica-se coleta de exames complementares para identificação das complicações já mencionadas anteriormente.

O tratamento da criança com obesidade envolve uma equipe multidisciplinar, com auxílio do pediatra, nutricionista, psicólogo e educador físico. A família e a escola devem estar envolvidas e dispostas a ajudar no tratamento, a fim de melhorar a adesão a longo prazo, com mudanças nos hábitos de vida da criança.

Por fim, é importantíssimo destacar a importância da prevenção. Esta começa já na vida intrauterina, com os cuidados do pré-natal, aleitamento materno exclusivo até o sexto mês (e complementado até 2 anos ou mais), introdução alimentar seguindo os dez passos para uma alimentação saudável, rotina com brincadeiras e atividades fora de casa.

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  • por
  • Jornal Regional
  • FONTE
  • Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Suelen Raquel Dagostin – Pediatra – CRM 21082 - RQE 18095 | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333



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