Foto: Divulgação
Três denúncias
ajuizadas pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), como resultado da
Operação Emergência, deflagrada em 2018 pela Subprocuradoria-Geral de Justiça
para Assuntos Jurídicos do MPSC, com apoio do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (GAECO) e do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC),
foram recebidas pelo Poder Judiciário.
A operação apurou
fraudes à fila do SUS na região Meio Oeste catarinense.Entre os 36 denunciados
nas ações estão os atuais prefeitos de Ponte Serrada, Alceu Alberto Wrubel, e
Ibicaré, Gianfranco Volpato, os ex-Prefeitos de Timbó Grande, Ari José Galeski,
e Ibiam, Ivanir Zanin, e o atual vice-prefeito de Rio das Antas, Selmir Paulo
Bodanese - apontado como principal articulador do esquema criminoso. Nas ações,
o MPSC imputa a prática dos crimes de corrupção ativa e passiva, fraude
licitatória, lavagem de dinheiro, peculato, inserção de dados falsos em sistema
de informações e organização criminosa de acordo com a participação de cada um
dos acusados.
Ainda aguarda
recebimento pelo Poder Judiciário a denúncia ofertada contra o ex-Prefeito de
Timbó Grande, Ari José Galeski, que foi cindida da ação penal ajuizada perante
o TJSC, em decorrência da perda do foro por prerrogativa de função do
ex-alcaide, que não foi reeleito nas Eleições Municipais de 2020.
As duas ações
contra os prefeitos que estão no exercício do cargo foram ajuizadas perante o
Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), em razão do foro por prerrogativa
de função. A terceira, que tem como réu o vice-prefeito de Rio das Antas, que
não possui o foro privilegiado, foi ajuizada na Comarca de Tangará.
A Operação
Emergência resultou, ainda, na celebração de acordos de não persecução penal
com 19 cidadãos/pacientes pelos crimes de corrupção ativa ao efetuar pagamentos
indevidos a médicos e/ou ao operador do esquema criminoso para que fossem
beneficiados no esquema fura-fila do SUS. Todos os pacientes referidos
confessaram a prática e assumiram o compromisso de pagar prestação pecuniária
que variou de 1 a 2 salários mínimos, em favor do Fundo Estadual de Saúde.
Também como
resultado da Operação Emergência, foram instaurados outros 11 procedimentos de
investigação criminal para apuração de outros crimes, que ainda estão em
trâmite.
A Operação
Emergência
A Operação
Emergência foi deflagrada em agosto de 2018 pela Subprocuradoria-Geral de
Justiça para Assuntos Jurídicos do MPSC, com auxílio do GAECO e do GEAC, e
apurou a existência de uma organização criminosa que fraudava a lista de espera
por procedimentos do SUS no Meio Oeste catarinense.
Em 10 de dezembro
de 2020, o Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e o GAECO, em apoio à Promotoria
de Justiça de Tangará, deflagraram a segunda fase da Operação Emergência. Na
ocasião, foi oferecida denúncia e cumprido um mandado de prisão preventiva e de
busca e apreensão contra Selmir Paulo Bodanese, considerado o principal
articulador da organização criminosa e que havia sido eleito para o cargo de
vice-prefeito em Rio das Antas.
A prisão foi
decretada pelo Juízo da Vara Única da Comarca de Tangará, levando em conta o
fato de Selmir ser o líder e articulador da organização criminosa e haver
indicativo que não havia cessado a prática criminosa até então. Ele ainda
estaria fraudando a lista de espera no SUS, inclusive atuando em Curitiba. A
prisão foi revogada alguns dias depois no plantão do TJ.
Em todas as ações
penais, Selmir foi denunciado pelos crimes de organização criminosa, corrupção,
inserção de dados falsos em sistema de informações, lavagem de dinheiro e fraude
à licitação.
O nome da Operação
deve-se ao fato de a investigação revelar que a organização criminosa atuava de
modo a simular situações de emergência clínica para que pacientes, mediante
pagamento ou outros interesses, recebessem atendimento como urgência hospitalar,
burlando as centenas de pessoas que aguardavam procedimentos cirúrgicos nas
listas de espera do SUS.
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