A estudante de direito e transexual Gabriella Meindrad, 32
anos, entrou para a história do tradicionalismo gaúcho ao receber homenagem no
CTG Cancela da Tradição, em Mata, durante o concurso que escolheu os novos
peões e prendas regionais do estado, no último fim de semana
Condecorada por causa do trabalho desempenhado na condição
de segundo peão regional da 10ª Região Tradicionalista, nos anos de 2003/2004,
Gabriela foi reconhecida juntamente com outros representantes do prendado e das
gestões de peões regionais, nos últimos anos.
"Foi um momento de quebrar barreiras. É mais do que um
reconhecimento, é fazer valer a questão da inclusão que o MTG tem colocado nos
últimos anos. É positivo também no sentido de valorizar e respeitar os valores
fundamentais e de igualdade", diz ela.
Gabriella, que até 2011 se chamava Maurício, diz que se
afastou dos CTGs por não saber como a sua transexualidade seria encarada no
meio gauchesco. Mas que agora pretende voltar a frequentar os galpões.
Tão logo foi compartilhada, ontem à noite, na página deste
blog no Facebook, a notícia passou a ser a mais comentada da noite. Apesar das
manifestações homofóbicas, houve várias de apoio.
Daniel Seitenfus elogiou o posicionamento público do
presidente do MTG, Nairo Callegaro, para quem "não pode ser ignorado o
direito de cada um em exercer sua liberdade".
"Fico feliz pelo Movimento gaúcho, que atinge cada vez
mais pessoas. Que todos possam vivenciar a cultura gaúcha de forma justa.
Parabéns pelo posicionamento correto", escreveu Daniel.
A homofobia foi um dos temas propostos para a prova oral nos
concursos regionais e estaduais de prendas e peões realizados este ano.
Em uma das provas, a deste fim de semana, o enunciado
buscava respostas a uma pergunta sobre a cultura do machismo e a homofobia no
tradicionalismo gaúcho: "Se faz necessário que seja revista a nossa
postura enquanto tradicionalistas?".
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