
Vereadores aprovaram projeto por maioria em segundo turno. Foto: Tiarajú Goldschmidt/Câmara de Vereadores
A Câmara de
Vereadores aprovou em segundo turno, nesta terça-feira (26), o Projeto de Lei
115/2021, de autoria do Poder Executivo, que autoriza a desafetação de bens
imóveis e sua alienação, e a alienação de bens móveis localizados no Condomínio
Industrial Linha Bela Vista das Flores, no Município de São Miguel do Oeste.
Conforme a
justificativa do projeto, os bens que se pretendem alienar são patrimônio do
Município e haviam sido cedidos a título precário, por meio da Lei Municipal n°
6.950/2014, à Cooperativa Mista de Produção, Industrialização, Comercialização
de Biocombustível e Produtos Agropecuários do Sul do Brasil – Oestebio. Ainda
conforme o texto, o contrato foi assinado em 13 de junho de 2014 e tinha prazo
de 36 (trinta e seis) meses, sendo prorrogado por mais 36 (trinta e seis) meses
por meio de Termo de Prorrogação de Contrato.
“Ocorre que, em
razão do desvio de finalidade, posto que o local vinha sendo utilizado para
beneficiamento de grãos apenas para pessoas jurídicas e, ante a inexistência de
movimentação financeira, a empresa fora notificada com a finalidade de pôr fim
ao contrato. No entanto, ante a negativa de deixar o imóvel, a Oestebio acabou
sofrendo demanda de Reintegração de Posse cumulada com pedido liminar, esta
deferida ainda em 15/05/2020, confirmada em sentença final em razão da revelia
da parte ré no dia 19/02/2021 e mantida a decisão já exarada pelo Tribunal de
Justiça em 20 de julho de 2021”, destaca a justificativa, assinada pelo
prefeito Wilson Trevisan.
Os bens imóveis a
serem alienados são parte de lote rural com área de 44.811 metros quadrados,
avaliado em R$ 415.642,00; dois galpões de alvenaria, com área aproximada de
2.100 metros quadrados, avaliados em R$ 2.616.447,00; e um prédio de alvenaria
para escritório, guarita e vestiário, com área aproximada de 418 metros
quadrados, avaliado em R$ 842.582,08. Além disso, há diversos equipamentos
móveis, avaliados em aproximadamente R$ 7,5 milhões. O valor de avaliação
total, entre bens móveis e imóveis a serem alienados, é de aproximadamente R$
11,4 milhões.
O texto prevê que a
alienação dos bens pela Administração se dará sob a modalidade de concorrência
ou leilão, e o valor mínimo será o da avaliação, podendo o pagamento ser à
vista ou em parcelas. No caso de parcelamento, o comprador deve pagar uma
entrada de 50% e saldar o restante em até oito parcelas anuais, com saldo
devedor corrigido mensalmente pelo INPC.
Os recursos
advindos da alienação dos bens serão revertidos ao Fundo Municipal de
Desenvolvimento Econômico (Fumdec), para fomento e incentivo de novos parques,
condomínios e distritos industriais; e ao Fundo Municipal de Habitação, para a
construção de conjuntos habitacionais para pessoas de baixa renda.
EMENDA REJEITADA
Durante a sessão
desta terça-feira, o vereador Valnir Scharnoski (Nini – PL) apresentou emenda
modificativa ao projeto. A emenda altera o artigo 4º do projeto, prevendo que
“não será admitida a alienação dos bens individualmente considerados, devendo
ser mantida a sua finalidade, qual seja, de produção, secagem e armazenamento
de sementes, e o valor não poderá ser inferior ao atribuído pela Comissão de
Avaliação”. O texto da emenda ainda prevê que nas hipóteses de concorrência ou
leilão público deserto ou fracassado, pode ser realizada segunda concorrência
ou leilão público, permitido o desconto de 15% do valor; ou 30% do valor no
caso de duas concorrências ou leilões fracassados. O texto ainda prevê regras
para pagamento de entrada e de parcelamento.
A emenda de Nini
Scharnoski foi rejeitada por maioria. Ela recebeu votos favoráveis de Carlos
Agostini, Cris Zanatta, Moacir Fiorini, Gilmar Baldissera, Nini Scharnoski e
Tudi Binsfeld. Foram contrários: Elói Bortolotti, Nélvio Paludo, Paulo Drumm,
Ravier Centenaro, Vagner Passos e Vilmar Bonora. Com o empate em 6 a 6, o
presidente Vanirto Conrad desempatou, votando contra a emenda.
Com a rejeição da
emenda, a proposta original segue valendo. O texto do projeto foi aprovado por
maioria, com votos favoráveis dos vereadores Moacir Fiorini, Vagner Passos,
Ravier Centenaro, Nélvio Paludo, Paulo Drumm, Vilmar Bonora e Elói Bortolotti;
foram contrários Carlos Agostini, Lucilene Binsfeld, Valnir Scharnoski e Cris
Zanatta; e se absteve o vereador Gilmar Baldissera.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook