A primeira viagem
da usina
nuclear flutuante Akademik
Lomosonov está prevista para esta sexta-feira (23), segundo a agência Ruptly. O
navio zarpa da cidade de Murmansk, no noroeste da Rússia,
rumo à costa de Chukotka, do outro lado do Ártico, quase no Alasca.
Segundo os idealizadores, a ideia do projeto é levar energia à região –
remota e pouco povoada. A usina deve abastecer uma cidade portuária e
plataformas de petróleo.
"O projeto foi criado porque há várias regiões no nosso país em que
o acesso de construções convencionais é difícil", afirmou à Ruptly Dmitry
Alekseenko, diretor na empresa responsável pela usina, Rosenergoatom.
"É difícil
construir qualquer coisa ali, então essa usina pode ser facilmente transportada
a um local onde é necessário entregar energia aos moradores e às
indústrias", acrescentou.
Críticas ao projeto
A ideia da usina recebeu críticas ainda durante o lançamento do projeto, em 2018. O Greenpeace chamou
o navio de "Chernobyl flutuante" –
em referência ao desastre nuclear de 1986 na então União Soviética – e "Titanic nuclear".
"Reatores nucleares flutuando no Oceano Ártico representam de
maneira explícita uma ameaça óbvia a um ambiente frágil que já está sob enorme
pressão pelas mudanças climáticas”, disse à Deutsche Welle à época o
especialista em energia nuclear do Greenpeace no leste da Europa, Jan
Haverkamp.
"A usina nuclear
flutuante vai operar perto da costa, em águas rasas. Ao contrário das
afirmações sobre sua segurança, o casco chato no fundo e a falta de propulsão
tornam a usina particularmente vulnerável a tsunamis e ciclones”, disse
Haverkamp.
Recentemente, o diretor Dmitry Alekseenko rechaçou a hipótese de haver
riscos. "Não há impacto negativo. Há impacto positivo porque não usamos
carvão ou algo semelhante", disse.
"Não pode haver
contaminação por óleo. O combustível não é usado no meio ambiente. Tudo vai
dentro do navio, nada vai fora", explicou.
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