
Dr. Antônio Marcos W. Duarte – Clínico Geral
Diabetes Mellitus é uma doença caracterizada pela elevação crônica
da glicose no sangue (hiperglicemia). Isso pode ocorrer devido a defeitos na
secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreas.
A função principal da insulina é promover a entrada de
glicose para as células do organismo de forma que ela possa ser aproveitada
para as diversas atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua
ação resulta, portanto, em um acúmulo de glicose no sangue, que chamamos de
hiperglicemia.
Classificação do Diabetes
Sabemos hoje que diversas condições podem levar ao diabetes,
porém a grande maioria dos casos está dividida em dois grupos: Diabetes Tipo 1
e Diabetes Tipo 2:
-Diabetes Tipo 1 (DM 1) – Essa
forma de diabetes é resultado da destruição das células beta pancreáticas por
um processo imunológico, ou seja, pela formação de anticorpos pelo próprio
organismo contra as células beta, levando a deficiência de insulina.
Em geral costuma acometer crianças e adultos jovens, mas
pode ser desencadeado em qualquer faixa etária.
O quadro clínico mais característico é de início
relativamente rápido (alguns dias até poucos meses) e sintomas como: sede,
diurese e fome excessivas, emagrecimento importante, cansaço e fraqueza.
Se o tratamento não for realizado rapidamente, os sintomas
podem evoluir para desidratação severa, sonolência, vômitos, dificuldades
respiratórias e coma. Este quadro mais grave é conhecido como Cetoacidose
Diabética e necessita de internação para tratamento.
-Diabetes Tipo 2 (DM 2) – Nesta forma de diabetes está incluída a grande maioria dos casos (cerca de 90% dos pacientes diabéticos).
Nesses pacientes, a insulina é produzida pelas células beta
pancreáticas, porém, sua ação está dificultada, caracterizando um quadro de
resistência insulínica. Isso leva um aumento da produção de insulina para
tentar manter a glicose em níveis normais. Quando isso não é mais possível,
surge o diabetes.
A instalação do quadro é mais lenta e os sintomas – sede,
aumento da diurese, dores nas pernas, alterações visuais e outros – podem
demorar vários anos até se apresentarem. Se não reconhecido e tratado a tempo,
também pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma.
Ao contrário do Diabetes Tipo 1, há geralmente associação
com aumento de peso e obesidade, acometendo principalmente adultos a partir dos
50 anos. Contudo, observa-se, cada vez mais, o desenvolvimento do quadro em
adultos jovens e até crianças. Isso se deve, principalmente, ao aumento do
consumo de gorduras e carboidratos aliados à falta de atividade física.
Diabetes Gestacional – Atenção especial deve ser dada ao diabetes diagnosticado durante a gestação, conhecido como Diabetes Gestacional. Pode ser transitório ou não e, ao término da gravidez, a paciente deve ser investigada e acompanhada.
Na maioria das vezes ele é detectado no 3º trimestre da
gravidez, através de um teste de sobrecarga de glicose. As gestantes que
tiverem história prévia de diabetes gestacional, de perdas e má formações
fetais, hipertensão arterial, obesidade ou história familiar de diabetes não
devem esperar o 3º trimestre para serem testadas, já que sua chance de
desenvolverem a doença é maior.
A Importância do Acompanhamento Médico
É importante que o paciente compareça às consultas regularmente, conforme a determinação médica, nas quais ele deverá receber orientações sobre a doença e seu tratamento.
A hiperglicemia crônica através dos anos está associada a
lesões da microcirculação, lesando e prejudicando o funcionamento de vários
órgãos como os rins, os olhos, os nervos e o coração.
O controle da hiperglicemia é fundamental não só para o bom
controle do diabetes como também para garantir autonomia e independência ao
paciente. É importante o envolvimento dos familiares com o tratamento do
paciente diabético, visto que, muitas vezes, há uma mudança de hábitos, necessitando
de uma adaptação de todo núcleo familiar.
Pacientes com Diabetes Tipo 2 não diagnosticado tem risco
maior de apresentar acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio e doença
vascular periférica do que pessoas que não têm diabetes. Isso reforça a
necessidade de um diagnóstico precoce que permita evitar tais complicações.
Exames de Rotina
As consultas de acompanhamento devem ser mensais, bimestrais
ou trimestrais, conforme o controle e a adaptação ao tratamento.
Nas consultas são solicitados os exames que devem incluir a
glicemia de jejum, a hemoglobina glicada trimestral (que dá a média da glicemia
diária nos últimos 2 a 3 meses), função renal anual (ureia, creatinina,
pesquisa de micralbuminúria), perfil lipídico anual ou semestral, avaliação
oftalmológica anual e avaliação cardiológica.
Os demais exames devem ser solicitados conforme a
necessidade individual do paciente.
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- por
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- FONTE
- Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste | Dr. Antônio Marcos W. Duarte – Clínico Geral – CRM 8060 | Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333
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