Emanuel Malaguez Webber – Neurologista no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste
O que é a Esclerose Múltipla?
É uma doença autoimune com acometimento do sistema nervoso
central, o que significa que as células de defesa do organismo passam a atacar,
em forma de surtos, o cérebro, nervos cranianos e a medula espinhal por não os
"reconhecerem mais como parte do corpo”.
Quem pode ter a doença?
É mais frequente em pacientes jovens e do sexo feminino.
Entretanto, pode ocorrer em qualquer faixa etária e descendentes de qualquer
etnia. Vale lembrar que tem relação com os níveis de vitamina D, tabagismo,
fatores ambientais e predisposição genética.
Como ocorre a Esclerose Múltipla?
Uma vez que as células de defesa não reconhecem partes do
sistema nervoso central como próprias do indivíduo, passa a haver ataques
contra a bainha de mielina (feita pelas células chamadas oligodendrócitos),
levando também a lesão dos neurônios. Curiosamente há locais mais suscetíveis a
estas lesões, como o nervo óptico, tronco encefálico, cerebelo, substância
branca hemisférica e medula espinhal.
Quais são os sintomas?
Deste modo, os sintomas mais comuns são, respectivamente,
perda visual, visão dupla, perda da coordenação motora, dificuldade para
caminhar e a falta de controle de urina e fezes. Os surtos podem ter ou não
progressão dos sintomas entre eles, e raramente a esclerose múltipla pode
ocorrer apenas com sintomas progressivos. Outros sintomas que acompanham são
dores pelo corpo, intolerância ao calor, perda de sensibilidade, fadiga,
depressão e dificuldade de concentração.
Como se faz o diagnóstico?
O diagnóstico é clínico, com auxílio de exames de imagem
(ressonância magnética) e exames laboratoriais (de sangue e análise do líquido
cefalorraquidiano). A ocorrência dos surtos, com manifestações clínicas ou
apenas com alterações nos exames de imagem, permitem a caracterização do
diagnóstico de esclerose múltipla e do subtipo. A apresentação tem 4 subtipos: recorrente
remetente (85%), secundariamente progressiva, primariamente progressiva e
progressiva com surtos. Há também os pacientes que apresentam apenas um surto
com risco aumentado para conversão para esclerose múltipla (síndrome clínica
isolada).
E o tratamento?
Deve ser individualizado, uma vez que é uma doença com
diferentes espectros clínicos e diferentes graus de atividade. O tratamento
modificador de doença contínuo tem como objetivo evitar novos surtos, sendo
utilizados moduladores imunológicos e anticorpos monoclonais específicos. Na
ocorrência de um novo surto, deve-se utilizar modalidades de anti-inflamatórios
durante um período de tempo para acelerar a recuperação. Cabe ressaltar que se
deve sempre tratar os demais sintomas que acompanham a doença, afim de reduzir
o impacto da mesma e ter sempre em mente a melhora na qualidade de vida do
paciente.
- por
- Jornal Regional
- FONTE
- Emanuel Malaguez Webber – Neurologista no Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste – Registro 13932 | Diretora técnica - Katia Bugs - CRM 10375
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