Kentaro Kobayashi foi demitido pelo Comitê – Foto: Reprodução/Instagram
O diretor da
cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Kentaro
Kobayashi, foi demitido pelo Comitê Organizador do evento após fazer uma piada
sobre o Holocausto.
O anúncio foi feito
pela entidade nesta quinta-feira (22), na véspera do evento, marcado para as
20h no horário local (8h de Brasília) desta sexta-feira (23).
Reportagens do periódico japonês Mainichi Shimbun trouxeram à tona antigos comentários do profissional fazendo piadas sobre o Holocausto. Kobayashi renunciou após várias organizações judaicas protestarem nos últimos dias sobre uma performance do artista japonês datada de 1998, na qual ele disse “vamos brincar de holocausto”.
O comediante de 48 anos, conhecido sobretudo por um dueto do qual fez parte até 2009, se desculpou pelas “expressões extremamente inadequadas” que fez “quando era muito jovem”, por meio de um comunicado distribuído pelos organizadores da Olimpíada.
Kobayashi lamentou
“não ser capaz de fazer as pessoas sorrirem” e “desrespeitar e causar
desconforto”, e assumiu que a melhor opção era “parar de trabalhar” para os
Jogos de Tóquio.
“Nós descobrimos
que Kobayashi, em sua própria performance, usou uma frase ridicularizando uma
tragédia histórica”, revelou Seiko Hashimoto, presidente do Comitê Organizador.
“Pedimos profundas desculpas por causar tal constrangimento um dia antes da
cerimônia de abertura e por causar problemas e preocupações a muitas partes
envolvidas, bem como as pessoas em Tóquio e no resto do país”, acrescentou ela.
Hashimoto disse que
“agora estão discutindo como gerenciar a cerimônia de abertura” e que a ideia é
chegar a uma conclusão “em breve”.
A cerimônia
A cerimônia de abertura será realizada nesta sexta-feira sem
espectadores como medida para evitar a propagação de infecções por coronavírus,
embora alguns funcionários, convidados e jornalistas credenciados vão
comparecer.
O escândalo
envolvendo o diretor artístico é só mais um relacionado à Olimpíada. No início
desta semana, o compositor Keigo Oyamada, cuja música deveria ser usada na
cerimônia, foi forçado a renunciar por ter praticado “bullying” com pessoas com
deficiência, quando era estudante. Em entrevistas, ele se gabou das
intimidações que provocou em seus colegas.
Os escândalos recentes
ocorrem no momento em que o governo do primeiro-ministro Yoshihide Suga
enfrenta críticas por priorizar os Jogos Olímpicos, apesar das preocupações com
a saúde pública em meio ao recrudescimento de infecções por coronavírus.
A piada de
Kobayashi sobre o Holocausto e a renúncia de Oyamada foram as últimas a
atormentar os Jogos. Yoshiro Mori renunciou à presidência do Comitê Organizador
por causa de comentários sexistas. Já Hiroshi Sasaki também deixou o cargo de
diretor de criação após sugerir que uma atriz japonesa se vestisse como uma
porca na cerimônia de abertura.
“É algo que nunca
deveria ter acontecido. Esses incidentes tiveram um impacto tremendo, é por
isso que desta vez decidimos ter uma reação rápida”, disse Hashimoto ao ser
questionada sobre a lista incessante de problemas para os organizadores.
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