Fotos de rosto,
scores de crédito, endereços e até salários foram expostos no que está sendo
considerado o maior vazamento de dados já registrado no país, que atingiu
223,74 milhões de brasileiros vivos ou mortos. É mais do que a população atual
do Brasil.
A denúncia feita
inicialmente pela empresa Psafe, de segurança da informação, apontava que os
primeiros dados davam conta apenas do vazamento de CPF, data de nascimento e
gênero. Porém, um segundo vazamento, identificado no dia 19 de janeiro, expôs
dados ainda mais sensíveis, que podem levar a uma onda de crimes cibernéticos
de extorsões, roubos e estelionato.
O presidente executivo da Psafe, Marco De Mello, que teve acesso ao banco de dados, disse que o vazamento é “assustador” e que é difícil os dados de algum brasileiro terem ficado de fora.
Os dados podem facilitar as fraudes bancárias, que são os crimes mais comuns na internet. Um golpe bastante frequente é o do boleto fictício, mandado para os consumidores com seu CPF, nome e demais dados, sem que haja nenhuma compra vinculada ao documento. Com os dados em mãos, esse tipo de fraude pode se tornar mais frequente e mais verossímel.
Com a riqueza de
informações que o vazamento proporciona aos criminosos, há a possibilidade de
um aumento significativo de golpes mais sofisticados, como os chamados
assassinatos de reputação e extorsão de pessoas públicas.
A orientação é que
cada cidadão fique atento às movimentações em suas contas e formalizem um
boletim de ocorrência diante da identificação de alguma fraude, roubo ou
tentativa de extorsão.
Origem dos dados
Segundo uma matéria
do Tecnoblog, que primeiro publicou os números e o perfil dos vazamentos, um
arquivo de 14 GB foi compilado em agosto de 2019 e disponibilizado na internet
aberta. Esse material possibilitava que criminosos comprassem informações mais
específicas por valores pagos em bitcoins que vão de US$ 0,075 a US$ 1 por CPF,
a depender da quantidade de dados adquirida.
O texto aponta
ainda que mais de uma fonte de informação pode ter sido exposta pelos
criminosos, e existe a chance de que todas sejam do Serasa Experian.
Em nota, o Serasa
nega que as informações tenham vazado de seus bancos de dados. “Fizemos uma
investigação aprofundada que indica que não há correspondência entre os campos
das pastas disponíveis na web com os campos de nossos sistemas onde o Score
Serasa é carregado, nem com o Mosaic. Além disso, os dados que vimos incluem
elementos que nem mesmo temos em nossos sistemas e os dados que alegam ser
atribuídos à Serasa não correspondem aos dados em nossos arquivos”, declarou a
empresa.
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