Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
As emissões de
títulos no Brasil equivalem a 135% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos
os bens e serviços produzidos no país). Segundo o Banco Central (BC), o volume
é expressivo e, apesar da emissão de títulos privados ser crescente, são
preponderantes as emissões de títulos públicos.
De acordo com as
estatísticas divulgadas pelo BC, que integram o Relatório de Economia
Bancária, no Brasil, em dezembro de 2021, as emissões de títulos públicos
corresponderam a 88% do PIB, enquanto as de títulos privados representaram 47%
desse total.
Os títulos de
dívida são valores mobiliários emitidos por empresas ou governos com o objetivo
de captar recursos para realização de investimentos ou para condução de suas
atividades. No âmbito do governo federal, por exemplo, uma das fontes de
captação de recursos é o Tesouro Direto, criado em 2002 para popularizar tais
aplicações e permitir que pessoas físicas adquirissem títulos públicos
diretamente do Tesouro Nacional.
Nesta quinta-feira
(6), o BC divulgará a íntegra do Relatório de Economia Bancária de 2021. Assim
como hoje, na semana passada, o BC já adiantou alguns boxes de informação, que
são trechos com estudos especiais dentro do documento. O mercado de
crédito durante a pandemia de covid-19 e as emissões de títulos
relacionados à sustentabilidade foram os temas tratados pelo BC nos boxes.
Já as estatísticas
de títulos da dívida passarão a ser divulgadas trimestralmente no Sistema
Gerenciador de Séries Temporais, no item Mercados financeiros e de capitais –
Estatísticas de Títulos.
Estoque
Em dezembro do ano
passado, o estoque de títulos de dívida emitidos por residentes no país somou
R$ 11,7 trilhões (135% do PIB). Desse total, 65% (R$ 7,6 trilhões) foram
emitidos pelo governo geral; 29% por sociedades financeiras (R$3,4 trilhões),
dos quais 27% por outras sociedades de depósitos e 2% por outras sociedades
financeiras e seguradoras; e 6% por sociedades não financeiras (R$ 752
bilhões).
As emissões no
mercado doméstico são preponderantes no estoque de títulos, correspondendo a
96% do saldo, em dezembro de 2021. Entre as emissões no mercado internacional,
as sociedades não financeiras são as que têm parcela mais significativa de
títulos emitidos no exterior (12% de seu estoque), seguidas das sociedades
financeiras (5%) e do governo (3%).
De acordo com o BC,
em dezembro de 2021, bem como ao longo da série, a maior parte dos títulos tem
prazo de emissão superior a dois anos. O setor das sociedades financeiras é o
que apresenta maior participação de títulos com vencimentos em prazos menores.
“Ao longo da série,
observa-se aumento no prazo dos títulos emitidos por sociedades não financeiras
(99% do saldo classificado como longo prazo em dezembro de 2021, ante 97% em
março de 2018), relativa estabilidade nos prazos das emissões do governo (98%
longo prazo comparado a 99%, nas mesmas datas) e redução nos prazos das
captações de sociedades financeiras (79% longo prazo em dezembro de 2021, ante
83% em março de 2018)”, diz o documento.
A maior parte dos
títulos privados (sociedades financeiras e não financeiras) é indexada à
variação da taxa básica de juros (Selic). Já no saldo de emissões das
sociedades não financeiras, é crescente a participação dos instrumentos
indexados à inflação. Para os títulos do governo, a segmentação por indexadores
alinha-se à política fiscal e é menos concentrada.
Na classificação
por moeda de referência, predominam os títulos em moeda nacional: 96% do saldo
emitido por todos os residentes, em dezembro de 2021.
Detentores
Em dezembro de
2021, o estoque de títulos nas carteiras de detentores residentes alcançou R$
12,3 trilhões (141% do PIB). Desse total, 86% (R$ 10,6 trilhões) foram emitidos
por residentes (no mercado doméstico) e 14% (R$1,7 trilhão) por não residentes
(no mercado internacional).
Os principais
detentores de títulos públicos são os fundos de investimento monetários (36% do
total), seguidos pelo BC (títulos destinados à execução da política monetária,
30% do total) e pelas outras sociedades de depósitos, 23% (principalmente
bancos). Quanto aos títulos privados (emitidos por sociedades financeiras e não
financeiras), os principais detentores são as sociedades não financeiras e as
famílias.
Dos títulos
emitidos por não residentes, a maior parte está incluída nas reservas
internacionais (R$ 1,6 trilhão). O saldo restante (R$ 54 bilhões) corresponde a
títulos adquiridos no exterior por unidades residentes no Brasil,
principalmente sociedades financeiras, seguidas por famílias e fundos
monetários.
O Banco Central
iniciou recentemente a produção de estatísticas de títulos de dívida, seguindo
o padrão metodológico internacional definido no Handbook on Securities
Statistics. De acordo com a instituição, as novas estatísticas alinham-se a
iniciativas internacionais de produção e disseminação de dados, ampliam as
informações disponíveis sobre o mercado de títulos e contribuem para uma visão
mais completa sobre os instrumentos de captação de recursos no Brasil.
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