Foto: Ricardo Wolffenbüttel / Secom
O Comitê
Estratégico de Retomada das Aulas Presenciais indicou que Santa Catarina deve
ter 100% dos alunos em sala de aula a partir do início do ano letivo de 2022,
que na rede estadual será em 7 de fevereiro. Para isso, o comitê autoriza o
atendimento presencial nas escolas sem a exigência do distanciamento mínimo
entre as carteiras, em regulamentações que serão publicadas nas próximas
semanas.
O assunto foi
abordado em reunião nesta quarta-feira, 8, entre representantes das secretarias
do Estado da Educação (SED) e da Saúde (SES), Ministério Público de Santa
Catarina (MPSC), Tribunal de Contas do Estado (TCE), União Nacional dos
Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Defesa Civil, entre outras
entidades que formam o comitê estratégico.
A alteração considera
o novo cenário epidemiológico do Estado, o baixo índice de contágio nas escolas
e o avanço da vacinação da população catarinense, sobretudo de profissionais da
Educação. De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde, Eduardo
Macário, com o avanço da vacinação, que já alcançou 70% da população total
completamente imunizada, houve uma redução de mais de 60% nas mortes por
Covid-19 em SC. Além disso, cerca de 80% dos adolescentes de 12 a 17 anos já
receberam a primeira dose da vacina, sendo que 25% completaram o esquema
vacinal. Com esse cenário, o grupo considera que há segurança em indicar o
pleno funcionamento das escolas, mantendo as demais normas de prevenção contra
a Covid-19 como de uso de máscaras, higienização e ventilação.
O retorno de todos
os estudantes à sala de aula foi defendido pelo secretário de Estado de
Educação, Luiz Fernando Vampiro. “Santa Catarina vive um momento diferenciado e
a gente precisa ter um decreto alinhado com o retorno às aulas já em fevereiro.
Pela quantidade de alunos que temos no modelo híbrido, considero que rediscutir
o distanciamento em sala de aula seja um dos pontos mais importantes, para
combater a evasão escolar e recuperar os prejuízos que a pandemia trouxe ao
ensino”, afirmou o secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro.
O superintendente
de Vigilância em Saúde acrescentou que o assunto foi abordado na reunião da
Comissão Intergestores Bipartite (CIB), que integra gestores municipais e
estaduais da saúde de Santa Catarina. Para o retorno da capacidade total das
salas de aula, foram pautadas três ações a serem mantidas e intensificadas:
manutenção do uso obrigatório de máscaras em estabelecimentos de ensino
enquanto perdurar a situação de emergência por conta da pandemia do
coronavírus, o desenvolvimento de ações visando promover a melhoria da
qualidade do ar e da ventilação nas salas de aula e a uma avaliação de cenário
epidemiológico a ser realizada pelo Coes na primeira quinzena de janeiro de
2022, ou seja, antes do início das aulas.
As demais
exigências e medidas sanitárias de segurança para evitar o contágio pela
Covid-19, como o uso de álcool gel nas escolas e o uso de máscaras nos
estabelecimentos de ensino serão mantidas. Além disso, a SED trabalha na
construção de um material para reforçar a importância da ventilação cruzada nos
ambientes escolares, que deve resultar em atualizações do Plano de Contingência
das escolas.
O Promotor de
Justiça João Luiz Botega, representante do Ministério Público de Santa Catarina
na reunião, também foi favorável à proposta. “A gente está bem alinhado nessa
perspectiva. Fazermos esta sinalização e termos a regulamentação pronta ainda
este ano é muito importante, também para que os órgãos de controle estejam
preparados para fazer a fiscalização a partir do ano que vem.”
A presidente da
Undime e dirigente municipal de Educação de Blumenau, Patrícia Lueders, trouxe
a situação das escolas municipais. “Hoje, nós temos 83% de municípios que já
retornaram completamente às aulas presenciais, 15% que estão no ensino híbrido
e 2% que ainda não voltaram. A Undime entende que é necessário retornar,
especialmente porque a escola já se comprovou um ambiente seguro. E a nossa
preocupação era justamente não deixar essa decisão para 2022, a fim de que os
gestores municipais já pudessem se planejar desde agora”.
As aulas
presenciais em escolas de Santa Catarina estão autorizadas desde o começo do
ano letivo e, na rede estadual, tiveram início em 18 de fevereiro. Desde então,
o índice de contágio entre alunos esteve sempre abaixo de 0,2%, enquanto entre
professores o número nunca ultrapassou a marca de 1%. O acompanhamento de casos
suspeitos e confirmados é realizado por meio de um painel digital atualizado
pelas próprias escolas da rede.
>>>PARTICIPE DO GRUPO DE NOTÍCIAS NO WHATSAPP.
DEIXE UM COMENTÁRIO
Facebook